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Contos Alenquerenses

                                                                                                             A Carruagem das almas
Carruagem Fantasma  cinemarodrigo.blogspot.com
 Conta-se que assim narrado era pelos nossos avós que na época da “Semana Santa”, os fiéis saiam pelas ruas da cidade fazendo penitência, durante a quaresma, como a tradição afirma até hoje. Muitos devotos dormiam pouco acordando na calada da noite, na ânsia de não perderem o horário. Saiam pensando ser madrugada, quando ainda não era meia noite. Sentados na calçada da velha igreja que fez nascer este lindo torrão esperavam os sinos soarem e as portas se abrirem para darem início à caminhada. Quando de repente ouviram-se vozes de pessoas rezando, vindas do “Cemitério da Piedade” e um barulho estranho. Era uma carruagem que diziam ser das almas, que dali saia rumo a igreja, pela travessa Major Corrêa, conduzida por dois robustos cavalos sem cabeça, os quais foram vistos em outros momentos no portão da casa dos padres sem a carruagem. Os passageiros trajados totalmente de branco e desconhecidos. As mulheres tinham a cabeça coberta com véu, seguiam rezando até a igreja, abriam as portas e, lá, permaneciam em oração à luz de velas até a meia noite. Dada a hora, saíam em procissão até a saída da igreja de cabeça baixa em oração e novamente tomavam o transporte que aparecia rápido e saíam em alta velocidade pelo lado oposto da igreja, entravam na rua Visconde do Rio Branco, tomavam a esquina da travessa Major Corrêa, por onde seguiam de volta ao portão do Cemitério. Muitos curiosos tentavam desvendar o mistério, sem sucesso. E concluíram como “A carruagem das almas” que cumpriam penitência.
                                                                                       Autora:  Raimunda Brilhante de Sousa

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