O primeiro ataque com armas químicas ocorreu a 1.755 anos atrás.

Restos mortais de soldado morto na batalha.

As armas químicas, amplamente usadas nas 1ª e 2ª Guerras Mundiais e Vietnam, parecem ter uma origem mais antiga do que se imaginava.

Há 1.775 anos estava ocorrendo as guerras Romano-Pérsicas, também conhecidas como Guerras Romano-Sassânidas, e para tentar conquistar a cidade de Dura-Europos (atual Síria) o exército persa realizou uma série de escavações debaixo dos muros que protegiam a base militar romana com o objetivo de fazê-los desabar, os romanos, por sua vez,  fizeram um túnel para enfrentá-los e detê-los.

Na década de 30 foram encontrados no local, cadáveres de dezenove soldados romanos e um persa e cristais de enxofre e betume nas paredes, uma fórmula petroquímica com piche. O pesquisador responsável pelas escavações, o francês Robert du Mesnil du Buisson, concluiu na época, que os dois exércitos se encontraram frente a frente no túnel, e os  persas incendiaram o local matando os romanos; porém, pela posição em que os corpos foram encontrados e pela estreiteza do túnel, essa explicação não convenceu muitos pesquisadores.

Uma pesquisa atual, publicada pelo American Journal of Archaeology, chegou á conclusão que os persas, ao verem  que os romanos tinham entrado no túnel e preparado uma emboscada,  fizeram  fogo dentro do túnel e depois jogaram alcatrão e enxofre, o resultado dessa mistura é a formação de  ácido sulfúrico, um gás tóxico que, ao atingir os pulmões dos soldados romanos, sufocou-os, matando-os. Quanto aos restos mortais do soldado persa os pesquisadores acreditam que foi o soldado que desencadeou o ataque, tendo ele morrido vítima de sua própria arma.

Desta maneira, esses vinte corpos podem ser os vestígios mais antigos já encontrados de morte por armas químicas, além de agregarem um novo dado sobre as técnicas de guerra,  sofisticadas e brutais, do exército Persa.

Fonte: La Tercera (Chile)