Gravuras de auroques (Bos primigenius), bois selvagens comuns em boa parte do Velho Mundo na Idade da Pedra. |
Uma equipe de pesquisadores dos Museus Reais de Arte e História de Bruxelas, liderada por Dirk Huyge, encontrou gravuras de auroques (Bos primigenius), em Qurta, no sul do Egito.
As gravuras foram datadas em 15 mil anos ou mais (para se ter uma idéia, as pirâmides possuem em média 4,5 mil anos).
Huyge e seus colegas, que relataram a descoberta na última edição da revista científica "Antiquity", especializada em arqueologia; afirma que este é o primeiro registro confirmado de arte egípcia da Era do Gelo.
Editoria de arte/Folhapress |
Para confirmar a datação das gravuras, geólogos da Universidade de Ghent, na Bélgica, usaram duas técnicas diferentes: como sedimentos carregados pelo vento foram se acumulando em cima das gravuras feitas numa escarpa de arenito perto do rio Nilo, uma das técnicas consegue dizer quando foi a última vez que os grãos de sedimento foram expostos à luz solar, o que dá uma idade mínima para a gravura, pois o sedimento foi parar lá depois de os desenhos serem feitos. Além disso, havia restos orgânicos nesses sedimentos (coisas como ossos de camundongos e aves), os quais puderam ser datados pelo método do carbono-14, uma espécie de "relógio" radioativo que funciona justamente com matéria orgânica.
Huyge destaca também que foi há 15 mil que os humanos primitivos da Europa desenvolveram pinturas e gravuras rupestres requintadas, em cavernas como a de Altamira, na Espanha, e a de Lascaux, na França; por esse motivo ele não descarta a possibilidade do contato cultural indireto entre os egípcios e os europeus da Era do Gelo, por causa da semelhança de temas e estilos entre a arte dos dois lugares.
Se a teoria estiver correta, o Mediterrâneo da Idade da Pedra já estava interligado. Como o nível do mar na época era 100 metros mais baixo, seria mais fácil viajar por terra ou por barco.
FONTE: Folha.com
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